domingo, 10 de janeiro de 2010

Mostrengo

 

2009

O mostrengo que está no fim do mar
Na noite de breu ergueu-se a voar;
À roda da nau voou três vezes,
Voou três vezes a chiar,

E disse: «Quem é que ousou entrar
Nas minhas cavernas que não desvendo,
Meus tectos negros do fim do mundo?»
E o homem do leme disse, tremendo:

«El-Rei D. João Segundo!»

(…)

Fernando Pessoa in Mensagem

4 comentários:

Maria disse...

O mostrengo hoje sente-se no ar... está tanto frio...

Beijinho, Oris

mfc disse...

É um poema fantástico... épico... que nos faz estremecer!

vieira calado disse...

Claro que conheço bem o poema.

Mas o azulejo (que nunca tinha visto)

é um óptimo acompanhante

para a beleza do poema.

Bom Ano de 2010 para si.

Bem haja!

via disse...

engraçado, fotografei este azulejo neste fim de semana.